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A melhor comida do mundo: desde criança aprecio uma boa comida.

  • Ana Medeiros
  • 24 de nov. de 2015
  • 2 min de leitura


Aprendi a apreciar a boa comida ainda criança. Confesso que o sabor foi aprimorado sob o olhar vigilante de minha mãe. Algumas vezes, meus irmãos e eu torcíamos o nariz pra determinados alimentos, mas bastava uma olhada e já entendíamos tudo. Em pouco tempo, o prato estava vazio e ninguém passava mal por ter sido forçado a comer o que não queria. Quando visitávamos a casa de algum parente e, na mesa posta, havia algo que Dona Joana sabia que talvez não comeríamos, ela passava aquele “rabo de olho” com quem dissesse “não faça feio, coma”. Assim, a cada garfada, ainda que indesejada, aprendíamos a apurar o paladar e a conhecer os sabores da farta cozinha norte-mineira.

Vejo hoje crianças, e até adultos, fazendo cara feia para as refeições sem sequer terem experimentado. Está certo, ninguém é obrigado a comer o que não gosta e, se fizer mal, ainda menos. Bom, mas será que não dá pra experimentar primeiro, sentir o aroma, a textura do alimento e só depois ter a certeza de que vai ou não repetir?! Comigo foi assim com o quiabo. Não descia de jeito nenhum, nem mesmo com a ajuda da “babinha”. Minha mãe tinha lá seus toques mágicos na cozinha e fazia um picadinho de carne com quiabo e tomate verde, huuum!!! Era tão saboroso! Uma receita simples, mas feita com o melhor dos ingredientes. Como diz Nina Horta, cronista gastronômica, é comida de alma, tem sabor de família, aguça o tempero da saudade.


Minha mãe já dizia, é de pequeno que se aprende, por isso degustar faz tanto sentido. A criança que tem bons hábitos alimentares será um adulto de paladar mais aberto a novos sabores e com a possibilidade de contribuir para uma saúde mais equilibrada. Constantemente pesquisas científicas com frutas, verduras, legumes, carnes e grãos indicam o quanto o consumo adequado de alimentos interfere em nosso metabolismo, no desenvolvimento físico e mental. Não faz sentido torcer o bico para a comida. Aprendi na prática que não existe comida ruim, e sim comida malfeita. A técnica para fazer a melhor comida do mundo é simples: valorize a graça dos alimentos, ainda que seja doce, salgado, amargo ou azedo, todos têm algo a dizer.

 
 
 

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